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A mostrar mensagens de março, 2020

Oralidade no Alentejo: fim da estada

O estado de alarme da covid19 nos forçou a encerrar a pesquisa muito antes do planejado. Em vez de terminar em 12 de junho, tivemos que retornar em 17 de março, com grandes dificuldades em atravessar a fronteira por Elvas-Badajoz para chegar a Sevilha, onde devemos permanecer confinados. Esperamos poder voltar mais tarde para aprofundar a oralidade e as culturas populares no Alentejo e e compará-las com Andaluzia e País Basco. Apreciamos os passeios, as visitas e as refeições, e o trabalho nas bibliotecas da Universidade de Évora e no Museu do Trabalho de Setúbal nos ajudou a enriquecer as referências bibliográficas de um artigo sobre histórias orais que concluiremos em breve. Continuaremos a reflectir e aprofundar sobre a oralidade e as culturas populares. Algumas das reflexões que trazemos desajeitadamente a este blog nos acompanharão na conferência de 10 de julho do curso de verão "Didática da oralidade e da criação cultural oral" na Universidade do País Basco. Gosta

Artur Pastor. Um Alentejo Distante (exposição)

Em Beja, visitamos a exposição de Artur Pastor no Centro Unesco . Conforme explicado no site do município: "Artur Pastor foi um dos grandes fotógrafos portugueses do século XX. Alentejano, nasceu em Alter do Chão em 1922, e aos 3 anos de idade foi viver para Évora tendo vindo, posteriormente, a frequentar a Escola de Regentes Agrícolas de Évora, onde concluiu o curso de regente agrícola em 1951. Tornou-se fotógrafo do Ministério da Agricultura e criador do Arquivo Fotográfico desta instituição, para o qual trabalhou toda a vida. É indiscutível a qualidade do corpo de imagens que Artur Pastor produziu ao longo da sua vida. Retratou Portugal de lés-a-lés com um rigor de arquivista e um dom de poeta da imagem. Do Alentejo são muitos os seus trabalhos e nesta exposição estarão em exibição 70 imagens organizadas em dois núcleos: um primeiro dedicado a ilustrar as capturas que Pastor efectuou dentro do perímetro urbano de Beja e um segundo núcleo dedicado ao imenso campo alentejan

A vida nas tasquinhas

Restaurante Rato Bicho (Évora). Fonte: Gmaps Diz Joaquim Pais de Brito (1919) que "a taberna/mercearia da aldeia tem sido muito irregularmente e, com frequência, acidental ou indirectamente tratada pela literatura antropológica". "É indissociável a frequentação da taberna/mercearia da própria familiaridade de trato com o seu dono, da sua simpatia e do seu posicionamento no âmago das relações sociais de que todos os vizinhos (de ambas as aldeias) participam, assim como do seu papel de intermediário com o espaço regional mais amplo em que a aldeia se insere (...) Mas para além desse traço de homologia que resulta da sua inserção local partilhando memórias comuns, o dono da taberna exercita uma permanente postura de neutralidade face a todos os outros que são seus clientes, mantenha ou não com eles, a título particular, relações de amizade, simpatia, antipatia ou distância. É desta relação entre taberneiro-vendedor e cliente-comprador que lhe advêm saberes

Rumando pelo património de Mértola

Fomos a Mértola para conhecer mais sobre a idéia de núcleos de museus, encontrar com pessoas da Associação de Defesa do Património de Mértola (ADPM) que havia realizado um projeto de pesquisa Rumando pelo Património de Mértola à Descoberta do Passado , e para estar com gente da vila. É assím que Alice Duarte explica (2012, p. 135): "O Município de Mértola, situado no interior sul de Portugal, tem uma área de quase 1300 Km2 e uma população de apenas 8500 habitantes, dos quais 1500 residem na Vila de Mértola. Aquando da revolução de 1974, o Município como um todo era a ilustração flagrante de uma tendência continuada de despovoamento, grande empobrecimento das populações e sua completa falta de expectativas. Em 1978, o novo poder político local [Aliança Povo Unido-APU, coligação formada naquela época pelo Partido Comunista Português e pelo Movimento Democrático Português/Comissão Democrática Eleitoral] assume-se como o promotor de um projeto estratégico que elege o “patrimó