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Mensagens

A mostrar mensagens de fevereiro, 2020

Cante Alentejano e oralidade

E o que era popular torna-se fino e erudito, quando o letrado da cidade pega em algo de muita idade há muito tocado mas não escrito. fng em youtube O Cante Alentejano – o canto das Modas – é um património e uma expressão genuína da tradição vocal, das memórias do tempo e do quotidiano do amor e do trabalho. Cante Alentejano na Adega Velha, Mourao ( Fonte: youtube ) Jorge Mangorrinha (2014) diz que "admite-se que as origens do Cante Alentejano provenham do teatro tradicional e dos cantos de trabalho e de baile, que ao longo do século XX foram perdendo coreografia e instrumentos. Há quem defenda que a génese do Cante Alentejano está na prática coralista gregoriana ou que é um legado cultural da presença árabe em Portugal e do cante mourisco. Este canto colectivo e polifónico é repetitivo, pausado, monótono, em que alternam um ponto a sós e um coro, havendo um alto preenchendo as pausas e rematando as estrofes; começa invariavelmente com um ponto, dando a deixa e cedendo o ...

2º Encontro de Grupos Corais Alentejanos da Associação de Moradores do Bairro do Bacelo

Caminhando por Évora, encontramos este cartel por acaso e, pesquisando no google maps, encontramos o bairro de Bacelo. Cartel 2º Encontro de Grupos Corais - Bairro do Bacelo Foi assim que conta a breve crônica publicada no site da Câmara Municipal de Évora: "D​ecorreu durante a tarde de sábado, dia 22 de fevereiro, no Polivalente do Bacelo, o 2º Encontro de Grupos Corais Alentejanos, sob organização da Associação de Moradores do Bairro do Bacelo. Marcaram presença neste encontro quatro grupos corais, sendo o Grupo Coral Voz do Alentejo, da Quinta do Conde e o Grupo Coral Ausentes do Alentejo, de Palmela, que não esquecem as suas raízes, marca bem viva dos tempos do êxodo rural Alentejano para a margem Sul do Tejo. O Grupo Coral do Cante Alentejano, de Alvito, representou a especificidade do cante do Baixo Alentejo e Grupo Coral Juvenil dos Trabalhadores de Alcáçovas as novas gerações, que garantem a continuidade desta forma de expressão classificada com Património Cultur...

As pedras que falam e o montado como modo de vida

Visita a Guadalupe: Cromeleque dos Almendres A cidade de Évora está localizada em um ambiente social e natural que nos lembra a Serra Norte de Sevilha, que é o montado. Como em El Pedroso, as pedras falam e contam histórias antigas, algumas delas chegaram até nós e outras não. O montado, de 7,000 anos da antiguidade aproximadamente (López Sáez et al, 2007), é um ecossistema particular de azinheiras, sobreiros, carvalhos ou castanheiros, de equilíbrio muito delicado. "Florestas de beleza rara, nos montados de sobro, homens e animais convivem serenamente há séculos, desde que o homem se apercebeu daquilo que o sobreiro tinha para oferecer para além da cortiça. Ainda hoje se caça nos seus bosques, se colhe o mel e os cogumelos que crescem nos seus troncos, a lenha para combustível e o fruto do sobreiro, a bolota usada na alimentação dos seus rebanhos" ( Wikipedia ). Montado de El Pedroso (Sevilha) Montado em Espanha e Portugal (Fonte: El Mono Español na Wikipedia...

Brincas de carnaval de Évora

"As Brincas de Évora são uma forma de teatro comunitário que acontece durante o Carnaval. Organizadas por grupos informais que escolhem e ensaiam textos escritos em décimas, as Brincas misturam tragédias e dramas como este "D. Pedro I" com a intervenção constante de palhaços faz-tudo. São representadas na rua, em praças e pátios ou mesmo em espaços fechados se estiver a chover, nas freguesias rurais de Évora". https://www.memoriamedia.net/index.php/brincas-de-evora "Denomina-se Brinca a um grupo que se organiza anualmente para a construção e execução de uma dramatização popular durante a época do Carnaval. Trata-se de uma manifestação muito rica e complexa de Cultura Popular, com as manifestações artísticas dos seus componentes: poetas, músicos, encenadores, coreógrafos, artista plásticos de cariz marcadamente amador e popular, criando ou recriando eles próprios os versos do fundamento e as músicas executadas". http://www.cm-evora.pt/pt/agendacultural...

Alcácer do Sal, rio de lutas

Alcácer do Sal é uma das mais antigas cidades da Europa, fundada antes de 1000 a.C. pelos fenicios. Fornecia sal, peixe salgado, cavalos para exportação e alimentos para os barcos que comerciavam estanho. Na atualidade, com cerca de 9,100 habitantes, é sede do segundo mais extenso município português, com 1,499.87 km² de área mas apenas 13.046 habitantes (2011) (Fuente: Wikipédia ). Banhada pelo Rio Sado, predominam as atividades agrícolas, sobre tudo cultivos de cereais para grão, olival, prados e pastagens. A pecuária é também uma atividade forte, nomeadamente na criação de suínos, ovinos e bovinos. De acordo com Rita Balona (2015), arqueóloga na Câmara Municipal de Alcácer do Sal, o cultivo de arroz não se começou a impor em Portugal, em particular na zona de Alcácer, até o inicio do século XX. "Tanto que Alcácer ficou conhecida "por excelência, a região do arroz" (Dr. Nuno Gusmão, 1928)" y gerou um problema sério da insalubridade e palidismo: "...

O Serviço Cívico Estudantil e Michel Giacometti

Embora Michel Giacometti seja mais conhecido por seu trabalho "Povo que canta", o projeto que ele coordenou do serviço cívico estudantil foi uma fonte de inspiração para começar a trabalhar em 1995 em alguns projetos de pesquisa e dinamização da comunidade usando a ferramenta histórias orais . No auge da efervescência desencadeada pela Revolução dos Cravos (o Revolução de 25 de Abril), 124 adolescentes, de ambos os sexos, passam o Verão de 1975 dedicados a uma acção concertada de recolha de cultura popular, em resposta a um apelo de Michel Giacometti. Foram ministradas as noções básicas de trabalho de campo num curso intensivo de 8 dias, e depois, equipas de quatro estudantes pesquisaram 90 localidades em três meses, três localidades por equipa. "O Serviço Cívico Estudantil foi possibilitado através do Decreto-Lei N.º 270/75 de 30 de maio. O programa pretendia assegurar aos estudantes uma melhor “integração na sociedade portuguesa e um mais amplo contacto com os...

"Povo que canta", Michel Giacometti

Há coisas em que concordamos e que nos parecem interessantes e que podemos aprender com o trabalho de Giacometti. Ele trabalha, por um lado, o aprimoramento dos saberes populares, das culturas populares, da cultura do trabalho, da cultura da diversidade de gênero, e também entra no tema da cultura da etnia, passando claramente por zonas e distinguindo as várias etnias... Não sabemos se ele leva em conta a idade em suas gravações. Na realidade, então, o que ele faz é abordar a complexidade a partir da matriz sociocultural, que é onde concordamos com ele, não apenas em seu trabalho etnomusical, mas também em sua concepção de transformação social a partir das culturas populares. Outra questão importante que Giacometti nos mostra é que precisamos entender as maneiras de trabalhar para entender a oralidade; os modos de trabalhar, de estar juntos, de celebrar... Se separarmos, por exemplo, o canto ou o conto do contexto social e natural em que ocorre, ela perde o sentido e se torna fo...

Museu do Trabalho Michel Giacometti, Setúbal

Visitamos o Museu do Trabalho de Michel Giacometti nos dias que passamos em Setúbal e aproveitamos a oportunidade para nos encontrar com as pessoas que gerenciam o centro de documentação. Elas foram muito gentis e, depois de compartilhar conhecimento, revisar bibliografia e nos dar alguns contatos, doamos um livro nosso para manter no centro. Além disso, elas nos convidaram a participar do próximo encontro intercultural, embora devamos esperar que o equipe de gerenciamento decida sobre a agenda. Seria bom participar! Sobre o museu É curioso que um museu dessa importância não tenha uma boa web. Existe apenas a página do facebook e a referência ao museu no site da Direção Geral do Patrimonio Cultural , que isto diz: "A origem do Museu do Trabalho Michel Giacometti está na coleção etnográfica reunida em 1975 por alunos/as do Serviço Cívico Estudantil, no âmbito do plano de Trabalho e Cultura, sob a supervisão de Michel Giacometti e apresentada no então denominado Museu do...

Projeto Nosso Bairro, Nossa Cidade, de Setúbal

Em Setúbal visitamos o posto de turismo, onde vimos esse diploma que chamou nossa atenção: Decidimos inquirir mais sobre este programa. Embora não tenhamos tido tempo de aprofundar in situ , buscamos informações bibliográficas e outras referências para descobrir mais sobre esse projeto de participação. Nosso Bairro, Nossa Cidade é uma iniciativa de participação em cinco bairros de Setúbal. Envolve residentes, serviços municipais e perto de trinta entidades sediadas no território, uma área que engloba os bairros da Bela Vista, da Alameda das Palmeiras, do Forte da Bela Vista, das Manteigadas e da Quinta de Santo António. " Configurando-se como solução de parte do déficit habitacional da região e onde seriam alojados os grupos étnicos que não tinham habitações com as condições mínimas de sobrevivência. Porém, tal realojamento não levou em consideração seus usos e costumes. Diferentes grupos étnicos foram direcionados para este bairro, o que teve como consequência uma série...

Pesquisando na estada académica en Évora: algumas descobertas

Nas primeiras semanas de pesquisa em Évora, encontramos algumas idéias importantes para desenvolver conceitos de oralidade e culturas populares. Na primeira semana, além de localizar e iniciar a estada académica, começamos a visitar a biblioteca da Universidade de Évora. Graças à ajuda do bibliotecário, encontramos alguns livros que nos dão idéias interessantes. Yves-René Fonqueme, Alfonso Esteban (1986). Culturas populares: diferencias, divergencias, conflictos . Madrid: UCM. Neste livro coletivo, gostaria de destacar o artigo de Honorio M. Velasco: Sobre los procesos de la tradición oral: las adivinanzas, mediaciones de poder y de saber (pp. 171-184): "Las adivinanzas se juegan y los refranes se dicen (...). Desde una etnografía del lenguaje queda de manifiesto que todo locutor de adivinanzas dispone de un repertorio más o menos amplio, que constituye una cierta colección y algunos locutores intencionadamente las acumulan y retienen (a veces por escrito) (…) L...

Dois referências sobre oralidade de Jorge Freitas Branco

Procurando outras referências bibliográficas, encontrei essas ligações para baixar dois livros de Jorge Freitas Branco. Eu estava preocupada em não poder consultá-los com calma quando voltasse à minha universidade, por isso estou muito agradecida pela disponibilidade desses dois volumes, tão valiosos para pesquisar a oralidade. Vozes do povo Salwa El-Shawan, Castelo-Branco e Freitas Branco (2003). Vozes do povo . Lisboa: Etnográfica Press. https://books.openedition.org/etnograficapress/537 Artes da fala Freitas Branco, Jorge e Lima, Paulo (2018). Artes da Fala: Colóquio de Portel . Etnográfica Press, 2018. https://books.openedition.org/etnograficapress/699